
Quatro soldados
Autor: SAMIR MACHADO DE MACHADO
272 pp. | 16x23 cm
Assuntos: Ficção – Romance/Novela, Ficção Nacional, Romance Histórico
Selo: Editora Rocco
E-book
Preço: R$ 23,00
E-ISBN: 978-85-8122-696-5
Um alferes, um capitão, um contrabandista de livros e um tenente: quatro jovens que desbravam a região de fronteira no sul do Brasil durante os anos finais da guerra entre portugueses, índios e jesuítas. São estes os Quatro soldados mencionados no título do romance de estreia de Samir Machado de Machado, que se envolvem em combates de capa e espada, aventuras em labirintos e florestas, batalhas históricas e encontros com seres fantásticos. Publicado originalmente em 2013, o livro ganha nova edição pela Rocco, revista e ampliada pelo autor.
Samir conquistou o público e ganhou projeção nacional com Homens elegantes, romance histórico e reflexivo que abraça o entretenimento sem qualquer constrangimento. O flerte com a cultura pop, contudo, não implica qualquer desleixo estético. Pelo contrário: o estilo literário de Samir, que pode ser enquadrado na recente tradição pós-moderna, é marcado pelo apuro estético e pela linguagem cuidadosamente trabalhada, que confere fluência ao texto sem jamais subestimar o leitor.
Essa proposta literária já era evidente em Quatro soldados, romance de aventura que levou oito anos para ser concluído. Considerado pelo escritor Daniel Galera “uma preciosidade da escrita imaginativa”, o livro reúne um diversificado repertório de influências que inclui Umberto Eco, J.K. Rowling, artistas visuais como Walmor Corrêa e o historiador Tau Golin, combinando elementos da literatura fantástica ao rigor das referências históricas. Para esta edição, o autor incluiu informações coletadas em leituras posteriores à publicação do livro, além de ter corrigido imprecisões e acrescentado novas passagens.
Também é nítida a influência de Thomas Pynchon na estrutura do romance. Como nos livros do norte-americano, o narrador de Samir mistura fatos verídicos e esdrúxulos a eventos banais, mas fictícios, criando uma confusão entre real e fantástico. Isso é apontado de forma explícita já na primeira página: “estabeleço o compromisso de que te narrarei somente aquilo que vi; e o que não vi, ouvi; e o que não vi nem ouvi, li. Já aquilo que não vi, ouvi ou li, inventei, pois, se as passagens mais cheias de assombros e maravilhas são todas verídicas, coube às mais banais e cotidianas o fardo de serem todas fictícias, do contrário, como se sabe, a narrativa não anda, e é preciso dar verossimilhança aos fatos”.
Cabe apontar que a extensa pesquisa de Samir transcende a narrativa, refletindo-se também no projeto gráfico do livro. A fonte empregada, por exemplo, é a Isidora – uma reconstrução da mesma utilizada no primeiro livro publicado no Brasil, em 1747. A presença em algumas passagens do “S longo”, letra empregada em documentos portugueses do século XVIII (período em que o romance se desenrola), também ajuda a criar a ambientação de época. Tudo isso contribui para fazer de Quatro soldados um romance fundamental para aqueles que desejam conhecer a obra de um dos escritores brasileiros mais inventivos da atualidade – tarefa mais divertida do que o leitor pode imaginar.