Poder, Ambição e Glória
Autor: STEVE FORBES E JOHN PREVAS
336 pp. | 14x21 cm
Tradução: Talita M. Rodrigues
Assuntos: Administração & Negócios/Economia
Selo: Editora Rocco
Estratégia, liderança e bons resultados, termos que hoje são imediatamente associados ao mundo dos negócios, já estiveram relacionados a batalhas campais pela conquista de territórios que levaram à criação de países e à formação da identidade de povos. A dedicação de seis líderes nessas batalhas – o persa Ciro, o ateniense Xenofonte, o cartaginês Aníbal, Alexandre da Macedônia, e os romanos Júlio César e Augusto – a missões que mudaram o rumo da História ocidental pode ser aproveitada pelos executivos da atualidade, afirmam Steve Forbes e John Prevas em Poder, ambição e glória, lançamento da Rocco.
Foi lendo um livro do historiador Prevas sobre Aníbal, que cruzou os Alpes há mais de dois mil anos com elefantes, que Forbes, o CEO da Forbes Magazine, teve a idéia de levantar aspectos da personalidade de líderes da Antiguidade. Para Forbes, os elementos necessários à liderança de sucesso permanecem os mesmos há milênios: motivar seguidores, mostrando responsabilidade em relação aos que confiam; definir e conquistar metas; compreender os limites dos subordinados e saber quando exigir e quando ser moderado. Ele percebeu também que todos os grandes líderes desafiaram o pensamento convencional de suas épocas, sem deixar de apoiar suas equipes.
Ao traçar paralelos entre esses comandantes e os executivos da atualidade, Prevas e Forbes situam o leitor dentro do contexto histórico, detalhando o cenário onde se desenvolveram os conflitos e cresceram aqueles homens que mobilizavam exércitos para expandir seus domínios. Se hoje poucos CEOs correm o risco de serem assassinados por concorrentes, por outro lado, a falência das empresas ocorre, muitas vezes, pela arrogância de líderes como Alexandre, que morreu em circunstâncias misteriosas, provavelmente envenenado, e sem deixar sucessores. Um exemplo clássico de volúpia expansionista, Alexandre seria como muitos empresários que veem suas empresas se acabarem por não saberem o momento de parar de fazer novas aquisições.
A consolidação do Império Romano – que se deu sob o governo de Augusto, o sucessor de Júlio César – seria semelhante à consolidação da General Motors na década de 20, quando Alfred Sloan levou a empresa a dominar o mercado automobilístico mundial, mesmo quando a Ford apresentava carros mais baratos como o Modelo T. Xenofonte, o aristocrata que mediou a maior crise da democracia ateniense, seria semelhante a Lou Gestner, que, no início dos anos 90, conseguiu modificar a cultura fechada da IBM, então à beira da falência, ajustando a empresa e mantendo sua posição no mercado da informática.
Além de mostrar as semelhanças entre a atual conduta empresarial e a daqueles líderes, Forbes e Prevas listam as qualidades que não podem faltar em quem administra empresas e está à frente da gestão de equipes. O caráter é apontado como o alicerce indispensável na construção da boa liderança. Mesmo sem garantir o sucesso, somente se mantêm no poder aqueles que forem íntegros, dizem os autores. A desonestidade e a falta de lealdade com clientes e colaboradores são fatais para quem está à frente de negócios, afirmam. A confiança nos colaboradores, aceitando sugestões e buscando apoio nas decisões tomadas, é outro ponto comum que Forbes e Prevas encontram nos comandantes da Antiguidade. Considerar as opiniões dos demais não demonstra fraqueza. Já a megalomania, o apreço pelo poder individual e a centralização dos processos são fórmula certa para o fracasso empresarial.
O AUTOR
Steve Forbes, CEO e editor-chefe da Forbes Media, é internacionalmente reconhecido e respeitado como uma das maiores autoridades do mundo financeiro e corporativo. Foi duas vezes candidato a presidente da República dos Estados Unidos. Dentre seus livros destacam-se: Flat Tax Revolution: Using a Postcard to Abolish the IRS e A New Birth of Freedom.