
os Filhos Vêm do Céu
Autor: JOHN GRAY
368 pp. | 14x21 cm
Tradução: Ione Maria de Souza
Assuntos: Autoajuda
Selo: Editora Rocco
O célebre escritor sabe o quão difícil e incerta é a tarefa de educar um filho – ele tem uma filha e duas enteadas – e acredita que os pais nunca cometem erros por falta de amor, mas por não conhecer uma maneira melhor de educar. Ao partir do princípio de que os jovens de hoje são muito mais sofisticados e conscientes, Gray conclui que eles têm necessidades diferentes dos de antigamente. Portanto, se os pais quiserem que eles sejam aptos a competir no mundo atual, precisam prepará-los com os métodos mais modernos e adequados. As técnicas apresentadas no livro servem para filhos de qualquer idade e têm efeito imediato em seu comportamento.
Gray sugere um método não punitivo de educação. Segundo ele, as crianças podem ser voluntariosas, desde que cooperadoras. Sua vontade deve ser incentivada, em vez de anulada, o que é fundamental para desenvolver a confiança, a sensibilidade e a cooperação. Se no passado tentava-se criar filhos submissos, hoje é preciso torná-los líderes confiantes. Para que isso aconteça, eles não devem ser controlados pelo medo de apanhar. Segundo o autor, a violência não só gera sujeitos sem iniciativa como também cruéis. Uma pessoa só respeita as outras quando é respeitada. Por isso, o pai e a mãe devem pedir, em vez de exigir; buscar a cooperação, não a obediência; recompensar, não punir. Alguém questiona que um chefe obtém melhores resultados quando não abusa da autoridade e incentiva seus subordinados?
Seguindo esta lógica, Gray defende que não há necessidade de destacar os erros cometidos pelos filhos, mas de enfatizar e recompensar o que eles fazem corretamente. E a forma mais saudável de fazer isso é oferecendo a eles mais tempo com os pais. É o que acontece quando a mãe diz, por exemplo: “Se você se vestir logo, teremos tempo de tomar um sorvete depois” Assim, a criança se sente motivada a fazer o que deve ser feito. Não vale a pena obter dela um excelente comportamento se for à custa de sua auto-estima, com palmadas, ameaças e sanções. O que torna uma criança mimada não é dar-lhe mais, é dar-lhe mais para evitar confrontos. E há uma grande diferença entre um pirralho lamuriento e um pequeno brilhante negociador.
Para aquelas situações em que nada parece funcionar, quando o filho não faz o que os pais querem de jeito algum, Gray admite o uso de um último recurso: a suspensão. Trata-se de deixá-lo sozinho, privado das coisas de que mais gosta. O autor recomenda um minuto de suspensão para cada ano de vida do rebento – se seu filho tem 7 anos, deixe-o isolado por sete minutos nesses momentos críticos. Parece pouco, mas Gray assegura ser o suficiente, desde que a suspensão nunca seja usada com ameaça prévia e não seja entendida como um castigo.
O método pretende que pais e filhos tenham sempre em mente cinco mensagens: 1) É bom ser diferente; 2) É bom cometer erros; 3) É bom expressar emoções negativas; 4) É bom querer mais e 5) É bom dizer não, mas lembrem-se de que mamãe e papai é que mandam. E que não se pense que Gray é excessivamente benevolente. Ele diz coisas como “Deus fez as crianças pequeninas para que os pais possam levantá-las e mudá-las de lugar” e “Às vezes, a criança precisa apenas chorar bastante para se sentir melhor”.
Quando John Gray chamou seu livro de Os filhos vêm do céu, ele quis dizer que todos nascem bons. Sua teoria é de que não existe criança má, apenas criança fora do controle dos pais. E aqui ele explica como os filho devem ser educados, levando-se em conta fatores como temperamento, ritmo de aprendizagem e tipo de inteligência. Ao longo da obra, diversas questões vêm à tona. Como tornar as tarefas divertidas? Como lidar em público com uma criança exigente? Como dar ordens a um adolescente? Quais as peculiaridades de filhos de pais divorciados? O que fazer quando o filho usa drogas? Como lidar com a linguagem desrespeitosa? Tudo é respondido com grande conhecimento de causa. E como estamos falando do autor de Homens são de Marte, mulheres são de Vênus, é claro que as diferenças entre meninos e meninas têm especial destaque.

O AUTOR
Nascido em 28 de dezembro de 1951, em Houston, Texas, John Gray ficou mundialmente conhecido em 1992, quando Homens são de Marte, mulheres são de Vênus foi lançado. O livro permaneceu por 44 semanas na lista de bestsellers do The New York Times, e contabiliza mais de 50 milhões de exemplares vendidos, com tradução para 45 países. Terapeuta e organizador de cursos e seminários, Gray dedica-se há mais de 20 anos ao estudo do relacionamento de casais e já publicou mais de uma dezena de livros sobre o tema, publicados no Brasil pela Rocco. Atualmente, o autor vive com a mulher e os três filhos na Califórnia.