
Oryx e Crake
Autor: MARGARET ATWOOD
352 pp. | 14x21 cm
Tradução: Léa Viveiros de Castro
Assuntos: Ficção – Romance/Novela, Ficção Científica/Distopia
Selo: Editora Rocco
E-book
Preço: R$ 25,90
E-ISBN: 978-85-812-2740-5
Nada de carros voadores ou raios verdes que desintegram pessoas e coisas. Em Oryx e Crake, Margaret Atwood retoma a ficção especulativa que a consagrou em O conto da Aia e cria uma distopia absolutamente original, um lugar onde a civilização e a linguagem – e tudo mais que seja próximo ao que conhecemos como humanidade – desapareceram quase completamente. Primeiro de uma trilogia que inclui O ano do Dilúvio e se encerra com Maddadão, Oryx e Crake consolida Margaret Atwood como um dos grandes nomes do gênero ficção científica, com histórias marcadas por questões éticas e morais sobre o futuro da humanidade.
Em Oryx e Crake, a prosa sofisticada de Atwood viaja até um futuro próximo, ainda bastante familiar, mas ao mesmo tempo estranho e bizarro para o leitor. O mundo é apresentado como um lugar pós-apocalíptico e melancólico, habitado por criaturas biologicamente modificadas e tomadas pelo vício. O narrador do romance é o Homem das Neves, um sobrevivente do antigo planeta, que um dia chamou-se Jimmy. No início da trama, ele está em cima de uma árvore, vestindo um velho lençol, lamentando a perda de sua amada Oryx e de seu amigo Crake. Os flashbacks de Jimmy acabam revelando ao leitor que ele testemunhou as experiências genéticas que ajudaram a transformar o planeta num território devastado.
Quando garoto, Jimmy vivia com os pais nos Complexos, o lugar onde moravam os endinheirados e os considerados extraordinários intelectualmente. Agora, precisa encontrar comida em um deserto infestado de insetos e assiste à destruição da Terra dos Plebeus — onde viviam aqueles que eram considerados apenas normais — por porcões e lobocães, animais criados nas experiências transgênicas do passado. Como tudo decaiu tão depressa? O Homem das Neves tenta entender junto com o leitor, enquanto a narrativa retrocede algumas décadas, até sua infância ao lado de Crake. Descobre-se que o grande amigo de Jimmy tornou-se um gênio de caráter duvidoso, cuja personalidade enigmática e ambígua é uma chave para a trama. Foi na bolha hightech de Crake que o Projeto Paradiso, responsável pela modificação da Terra, se desenvolveu. Ele e Jimmy vão formar um tumultuado triângulo amoroso com a bela Oryx, uma ex-criança prostituta que não está muito acostumada a dar ou receber afeto. A delicada relação entre os três gera um ciclo de desamor e desencontro e é um pano de fundo dramático e extremamente simbólico para a derrocada do planeta e da espécie humana.
Como único ser humano a sobreviver, o Homem das Neves tem apenas a companhia dos Filhos de Crake, crianças de laboratório criadas pelo amigo. Elas o tratam como um ídolo, já que ele é o único capaz de decifrar a utilidade e o nome de objetos simples como canetas e bonés, vestígios arqueológicos do mundo “de antigamente” e que elas encontram pelo caminho. Não é por acaso que as epígrafes escolhidas por Atwood para este livro citam Jonathan Swift, autor de As viagens de Gulliver, e Virginia Woolf, de Orlando e Rumo ao farol. Com a maestria de sempre, a autora consegue conjugar uma fábula fantástica, mórbida e cheia de ação, com personagens cujo mundo interior é misterioso e uma constante descoberta.

O AUTOR
Uma das maiores escritoras de língua inglesa, Margaret Atwood foi consagrada com alguns dos mais importantes prêmios internacionais, como o Man Booker Prize (2000) e o Príncipe de Astúrias (2008), pelo conjunto de sua obra, além de ter sido agraciada com o título de Cavalheira de L’Ordre des Art et Lettres, na França. Tem livros publicados em mais de 30 idiomas e reside em Toronto, depois de ter lecionado Literatura Inglesa em diversas universidades do Canadá e dos Estados Unidos e Europa. Transita com igual talento pelo romance, o conto, a poesia e o ensaio, e se destaca por suas incursões no terreno da ficção científica, em obras como O conto da aia e Oryx e Crake, ambos publicados pela Rocco.