Capa de O Paradoxo de Rousseau

O Paradoxo de Rousseau

Autor: WANDERLEY GUILHERME DOS SANTOS

168 pp. | 14x21 cm

Assuntos: Ciência Política/Relações Internacionais, Ensaio

Selo: Editora Rocco

Impresso

ISBN: 978-85-325-2241-2

Preço: R$ 34,90

O Paradoxo de Rousseau – Uma interpretação democrática da vontade geral, novo livro do cientista político Wanderley Guilherme dos Santos, começa com um questionamento sobre a utilidade de plebiscitos e referendos em um país como o Brasil. Desconfiado da eficácia desses mecanismos, Santos defende o uso controlado das ferramentas complementares de democracia direta, boas apenas em situações de nebulosos conflitos de opinião. Nos últimos 15 anos, o Brasil passou por duas situações de consulta direta à população – a primeira, o plebiscito de 1993, tratava sobre o regime e sistema de governo brasileiro; e a segunda, o referendo de 2005, sobre a comercialização de armas e de munições.

Em seguida, relembra para os leitores a longa marcha da democracia brasileira, citando a trajetória do voto no país e a implementação das constituições. Aproveita também para criticar uma triste realidade: apesar do texto da constituição ser o mesmo para brasileiros de Norte a Sul, a realidade mostra que nem todos os direitos têm o mesmo peso em determinadas regiões. “Nem é compatível com o estágio democrático do povo brasileiro que o direito aos serviços básicos do Estado – saúde, educação, segurança – não seja consumido na mesma proporção pelos que estão no topo e pelos que estão na base da arquitetura social.” Santos reivindica o direito de participação política para todos, de forma livre e assegurada.

O contraditório comportamento do brasileiro também é material de análise para o cientista político. A população está satisfeita com o desempenho do regime democrático do Brasil, mas ao mesmo tempo desgostosa com as instituições públicas, como polícia, sistema judiciário, parlamento e burocracia. Outro comportamento curioso envolve a alta participação eleitoral. O índice de votação é alto, mas, no intervalo entre duas eleições, parece não haver interesse dos eleitores em se relacionar com seus representantes, que ficam soltos para fazerem o que bem entenderem.

Depois dessa ampla introdução sobre a democracia, Santos adentra nos conceitos desenvolvidos por Rousseau e aprofunda-se nos comentários sobre a vontade geral, passando pela soma de interesses e pela definição de unanimidade. “A unanimidade é o certificado da garantia de manifestações da vontade geral, o que obriga a participação de todos nas decisões, mesmo sob coação”, escreve. Chega então a hora de defender a existência do paradoxo de Rousseau – e explicá-lo em detalhes – para em seguida apresentar a definição do que seria o “péssimo de Rousseau”.

Definido pelo autor como “um livro sem compromissos com as técnicas contemporâneas de artesanato acadêmico, que estão atendidas em outros volumes”, O Paradoxo de Rousseau estimula o pensamento, a reflexão e discussões sobre a democracia – jovem invenção humana que se renova a cada circunstância da história.

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O AUTOR

Wanderley Guilherme dos Santos nasceu no Rio de Janeiro, em 13 de outubro de 1935. É considerado um dos ensaístas mais renomados no cenário acadêmico brasileiro. Bacharel em Filosofia pela UFRJ e Ph.D em Ciência Política pela Stanford University, dos EUA, hoje é coordenador do Laboratório de Estudos Experimentais, das Faculdades Integradas Cândido Mendes, RJ. Pela Rocco, ele publicou O paradoxo de Rousseau, Décadas de espanto e uma apologia democrática e Razões da desordem. Acervo de maldizer é sua estréia na seara ficcional.

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