
O Canibalismo Amoroso
Autor: AFFONSO ROMANO DE SANT’ANNA
320 pp. | 14x21 cm
Assuntos: Teoria E Crítica Literária
Selo: Editora Rocco
E-book
Preço: R$ 25,00
E-ISBN: 978-85-64126-41-1
A poesia é a melhor forma de se falar de amor. Um amor que vai do platonismo ao canibalismo na forma de descrever seu objeto de culto: o feminino. A história da poesia brasileira que o poeta Affonso Romano de Sant’Anna fez neste livro é uma sedutora viagem pelo desejo masculino e sua projeção no corpo do ser amado. Ao sabor da estética e dos costumes de cada época, as mulheres podem ser amadas distantes, anjos de corpos imaculados ou mulatas calientes, saboreadas como mulheres-fruto ou mulheres-caça.
Os poetas neoclássicos, como Tomás Antonio Gonzaga, por exemplo, mal falavam em beijos ou seios. Já no Romantismo, a culinária é mesclada ao erotismo, na pele de mestiças cor de buriti, ao mesmo tempo cozinheiras e comida. Castro Alves é a única voz dissonante, colocando-se ao lado dos oprimidos, numa metáfora baseada na mitologia grega, em que a ninfa negra encontra Pan, o violador, o signo da morte, em A cachoeira de Paulo Afonso.
As mulheres, para os parnasianos, eram semelhantes às estátuas de mármore: belas, frias e inatingíveis. Cruz e Souza e Alphonsus de Guimaraens encheram o Simbolismo de magnólias e lírios, garças e anjos. E Manuel Bandeira inaugura o século XX com a união entre o sexual e o espiritual, misturando santas, como Maria Egipcíaca e Teresa, a prostitutas, estrelas e flores. Não se pode falar em mulher na poesia sem esquecer seu maior cantor, Vinícius de Moraes. Affonso Romano de Sant’Anna revela um componente edipiano na poesia de Vinícius, recheada de imagens de Grandes Mães e de filhos-amantes.
O canibalismo amoroso é um texto delicioso, uma pesquisa saborosa e fundamental para quem se interessa por literatura ou mulheres.

O AUTOR
Um dia dizendo seus poemas na Irlanda, no Festival Gerald Hopkins (1996), ou na Casa de Bertold Brecht, em Berlim (1994), outro dia no Encontro de Poetas de Língua Latina (1987), no México, ou presente num encontro de escritores latino-americanos em Israel (1986), ou participando no International Writing Program, em Iowa (1968), Affonso Romano de Sant’Anna tem reunido, através de sua vida e obra, a ação à palavra. Foi assim quando, em 1973, organizou na PUC-Rio a EXPOESIA, que congregou 600 poetas desafiando a ditadura e abrindo espaço para a poesia marginal; foi assim em 1963, no início de sua vida literária, quando se tornou um dos organizadores da Semana Nacional de Poesia de Vanguarda, em Belo Horizonte. Com esse mesmo espírito de aglutinar e promover seus pares, criou, em 1991, a revista Poesia Sempre, que divulgou a poesia brasileira no exterior e foi lançada tanto na Dinamarca quanto em Paris, tanto em San Francisco quanto Nova York, incluindo também as principais capitais latino-americanas.