Capa de Música Mundana

Música Mundana

Autor: JOHN NESCHLING

192 pp. | 16x23 cm

Assuntos: Biografia/Memórias/Diários

Selo: Editora Rocco

Impresso

ISBN: 978-85-325-2485-0

Preço: R$ 39,90

Para o maestro brasileiro John Neschling, toda a sua trajetória pessoal e profissional o preparou para o maior desafio de sua carreira: reestruturar a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), da qual ficou à frente como regente titular e diretor artístico de 1997 a 2008. Durante esse período, com o apoio do Governo do Estado de São Paulo, a Osesp foi alçada à condição de mais importante orquestra brasileira e uma das maiores do mundo. Mas foi de forma inesperada que, depois de anos elevando o status da orquestra, o maestro foi demitido do cargo que ocupava.

Música mundana – sendo mundana, neste caso, a música do mundo, que está presente em todos os momentos de nossas vidas – é o relato autobiográfico da carreira de John Neschling. Herdeiro de uma linhagem de músicos austríacos – é sobrinho-neto do compositor Arnold Schoenberg e de Arthur Bodanzky –, Neschling nasceu em 1947, no Rio de Janeiro, filho de imigrantes judeus que deixaram Viena pouco antes do início da Segunda Guerra. No livro, ele perpassa sua infância e juventude desde os primeiros passos no mundo da música e a transição gradual do domínio de um único instrumento – o piano – para o de vários sons, como regente, o início de sua carreira internacional, ainda nos anos 1970, e suas passagens pela direção do Teatro Municipal de São Paulo e do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, entre outros momentos importantes de sua trajetória.

Todos os seus passos e experiências, no entanto, levam à Osesp. Em 1979, Neschling foi chamado para assumir a classe de regência no festival de Campos de Jordão, ocasião na qual estreitou mais ainda seu relacionamento com Eleazar de Carvalho, que estava então à frente da orquestra paulista. Muitos anos depois, vivendo no exterior, Neschling recebe a proposta de reestruturar a Osesp e assumir o posto do velho mestre Eleazar, morto em 1996. Neschling gozava de uma confortável carreira internacional e suas condições para aceitar a convite – entre elas a construção de uma sede digna para a instituição – foram aceitas pelo Governo do Estado de São Paulo.

Com Neschling a orquestra passou por um duro processo de reestruturação, com a implementação de testes criteriosos, a valorização de seus talentos, antes desmotivados com os baixos salários, e a incorporação de outros tantos, escolhidos em diversas audições internacionais. Sob sua direção artística, a Osesp fez duas turnês norte-americanas e duas turnês europeias. Neschling também gravou com a orquestra uma série de CDs de música brasileira e internacional para o selo sueco BIS, recebendo cinco “Diapason D’Or”, além de um Grammy Latino pela sua gravação da 6ª Sinfonia de Beethoven.

Uma das maiores realizações da gestão do maestro foi a construção da Sala São Paulo – a tão sonhada sede da orquestra – levantada no hall da antiga Estação Julio Prestes. É considerada uma das grandes salas de concerto do mundo, com acústica elogiada pelos maiores maestros da atualidade, e ajudou a revitalizar uma área degradada da cidade de São Paulo. Também durante a gestão de Neschling, o número de assinantes da orquestra chegou a quase 12 mil, e foram criadas a Academia de Música da Osesp, o Centro de Documentação Musical Eleazar de Carvalho e a Editora de Partituras Criadores do Brasil.

Todas essas experiências são contadas em Música mundana com um texto fluente, prazeroso e cheio de referências saborosas à história da música e da cultura. No livro, o maestro também dá a sua versão dos fatos que o levaram à saída prematura da direção da Osesp, em dezembro de 2008. .

Com prefácio assinado por Geraldo Carneiro, Música mundana é o relato sincero e apaixonado de quem foi responsável por um dos mais ousados e bem-sucedidos projetos culturais do país, a refundação da Osesp, suas vicissitudes, decepções e, principalmente, seu esforço para transformá-la numa orquestra de primeira linha, reconhecida no circuito internacional.

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O AUTOR

John Neschling, carioca formado pela Academia de Viena, foi regente residente em diversos teatros da Suíça, Portugal, França e Itália, e se apresentou à frente de importantes orquestras sinfônicas em quatro continentes. Voltou ao Brasil em 1997, convidado a reestruturar a Osesp – Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Em 2009, deixa a orquestra paulista e volta a atuar na Europa e América Latina como regente convidado, além de idealizar novos projetos para a música clássica no Brasil. Casado com a escritora Patrícia Melo, vive em São Paulo.

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