
Literatura e ética
Coleção Coleção Entrecríticas
Autor: DIANA KLINGER
224 pp. | 13,5x18 cm
Assuntos: Ensaio, Teoria E Crítica Literária
Selo: Editora Rocco
E-book
Preço: R$ 22,50
E-ISBN:
Em Literatura e ética – Da forma para a força, a professora doutora de Teoria da Literatura da Universidade Federal Fluminense Diana Klinger encontra um lugar agradável e sedutor para ouvir e investigar a distância – na verdade, o que há de intrínseco e conflituoso – entre a literatura e a vida.
O caminho percorrido é autobiográfico e corajoso. Klinger parte dos próprios afetos e leituras para pensar o ato da escrita como político e segue incorporando a teoria, principalmente os filósofos Michel Foucault, Gilles Deleuze e Spinoza, para “procurar algo da ordem do inconstatável” na tensão ética e estética do fazer literário, pensando a questão do sentido na literatura e na sociedade contemporânea.
A linguagem fluida e vívida, potencializada pelos afetos, aproxima o leitor menos habituado aos textos acadêmicos, ao mesmo tempo que a profundidade da investigação intelectual conduz a leitura pelos questionamentos do fazer e do pensar literário contemporâneos.
A interioridade e o lugar do Eu no pensamento literário tomam lugar no texto de Klinger: “É o livro mais exposto que eu poderia escrever: resolvi me expor com toda a força, a fraqueza, a potência e a vulnerabilidade de meu próprio eu. Falo em nome próprio e falo de mim mesma.”
Procurando, na literatura e na vida, escutar com razão e sensibilidade o que o “acaso tem a dizer”, Klinger examina na escrita de Julio Cortázar, por exemplo, o conflito entre a (im)possibilidade de colocar uma distância entre presente e passado, ficção e real. Apesar da postura autônoma do escritor, para quem a literatura nunca foi uma extensão da posição política, mas um ideal de experimentação, Cortázar escrevia em continuidade com a vida.
A autora também recorre ao lugar do “nativo” para pensar a escrita além da estética e da representação, mas como forma de estar no mundo, mais próximo da vida. Como sugere Foucault, em destaque da autora, a arte deveria partir da relação com os indivíduos, e não com os objetos. Nesta trilha, Klinger investiga o ato de linguagem e a tarefa política da escrita. “A escrita como um ritual que suspende o mundo para construir um outro território se aproxima da filosofia, não na sua tradição idealista e transcendentalista, e sim uma filosofia como exercício e prática da vida.”
Literatura e ética é um convite confesso ao deslumbre com a potência de vida na escrita.

O AUTOR
Diana Klinger é professora de Teoria da Literatura da Universidade Federal Fluminense. Formou-se em Letras na Universidade de Buenos Aires, fez doutorado em Literatura Comparada na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e pós-doutorado no Programa Avançado de Cultura Contemporânea da UFRJ. É autora do livro Escritas de si, escritas do outro. O retorno do autor e a virada etnográfica (Rio de Janeiro: 7Çetras, 2007 e 2012). Foi, durante dez anos, uma das editoras da revista Grumo, publicada entre Buenos Aires e Rio de Janeiro, e hoje – entre outras coisas – faz parte dos conselhos da coleção “Ciranda da Poesia” e da editora Cozinha Experimental.