Capa de Hotel Brasil

Hotel Brasil

Autor: FREI BETTO

264 pp. | 14x21 cm

Assuntos: Ficção – Romance/Novela, Ficção Nacional, Policial

Selo: Editora Rocco

Impresso

ISBN: 978-85-325-2571-0

Preço: R$ 44,90

Um hotel na Lapa, bairro boêmio do Rio de Janeiro, é um retrato típico do mosaico de pessoas que circulam na região: vivem nele travestis, cafetinas, pretensos escritores, jornalistas de porta de bar, ingênuos iludidos que vêm do interior tentar a sorte na cidade grande, pessoas com muita pompa e muito pouca circunstância, além de outros moradores de perfil “exótico”. É neste local que crimes bárbaros vão ganhar as páginas de jornais e espaços em noticiários de TV: a especialidade do assassino é fazer rolar, literalmente, as cabeças de suas vítimas. Este é o mote de Hotel Brasil – o mistério das cabeças degoladas, romance que marca a estreia de Frei Betto na literatura policial.

Retrato sem retoques da vida na metrópole, Hotel Brasil aborda temas polêmicos como a violência policial, as drogas e a marginalização dos miseráveis. O perfil dos personagens é apresentado em forma de depoimentos dados à polícia: Seu Marçal é um velho negociante de pedras preciosas, que traz das viagens que faz à sua terra natal, em Minas Gerais; Rosaura veio tentar a sorte no Rio, trabalha como faxineira, mas sonha em ser atriz de TV; madame Larência é uma velha cafetina que optou pelo isolamento emocional; Jorge é o servente do hotel, que dorme entre vassouras e detergentes; Marcelo é o clássico jornalista revolucionário-de-tablóide; Pacheco é um assessor político que conhece meio mundo de pessoas importantes, mas prefere a companhia de prostitutas e dos hóspedes do hotel decadente que escolheu para viver; Dona Dinó é a senhoria do hotel que vive com Osíris, o gato, em seu colo; Diamante Negro é travesti com orgulho e tagarela por excelência. Por fim, Cândido é profissional das letras, poeta por vocação e redator por necessidade. Solitário, encontra consolo trabalhando com menores carentes.

Todos eles caem na mira do delegado Olinto Del Bosco, que segue a cartilha dos métodos policiais de interrogatório à risca e que inclui intimidação, falsa compaixão e tortura. Achar o assassino do hotel é sua missão mais importante e ele não medirá esforços para encontrar o culpado, ou melhor, um culpado. E todos são suspeitos.

Em meio à onda de crimes, Frei Betto abre espaço para discutir a violência urbana, particularmente, a situação de menores carentes que acabam seguindo uma vida de crimes, muitas vezes, sem alternativa, em uma comovente história paralela. Cândido é seu porta-voz. Em busca de algo maior que preencha sua vida medíocre de redator de editora responsável pela confecção de fascículos que falam de sexo e espiritualidade, o poeta desenvolve uma relação paternal por Bia, menor que foge de uma unidade para menores infratores, perseguida por criminosos e policiais corruptos; e uma relação platônica com Mônica, antropóloga que não consegue falar de seus sentimentos e os revela em cartas que nunca são enviadas ao destinatário.

Em Hotel Brasil, Frei Betto mistura, em prosa fluida, suspense, romance e crítica social em uma história que é um caleidoscópio do país em que vivemos.

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O AUTOR

Frei Betto é considerado uma das vozes mais ativas na luta pela justiça social na América Latina. Escritor consagrado, vencedor de dois prêmios Jabuti, tem mais de cinquenta livros publicados no Brasil e no exterior, que refletem sua trajetória como militante político e talentoso ficcionista.

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