
Hélio Oiticica – A Asa Branca do Êxtase
Autor: GONZALO AGUILAR
208 pp. | 16x23 cm
Tradução: Gênese Andrade
Assuntos: História Da Arte/Teoria Da Arte
Selo: Anfiteatro
E-book
Preço: R$ 24,50
E-ISBN: 978-85-69474-07-4
Parangolés, Bólides, Cara de Cavalo… como posicionar o artista Hélio Oiticica e seu papel fundamental e inovador na linguagem artística visual brasileira dando conta de uma arte para a qual o próprio conceito de pós-modernismo foi inventado? Hélio Oiticica, a Asa Branca do Êxtase – Arte Brasileira de 1964-1980, livro do crítico e professor titular de literatura brasileira na Universidade de Buenos Aires Gonzalo Aguilar que a Rocco lança no Brasil pelo selo Anfiteatro passeia pela trajetória do artista nevralgicamente.
Gonzalo Aguilar divide os capítulos de sua obra segundo fases marcantes da produção do artista: Cara de Cavalo (1964-1967), Arte Moderna para o povo, (1968-1970) A verdade para o Branco (1970-1980). As fases inauguraram muitas vezes a inovação dentro de seu próprio caminho artístico; é o que Aguilar aponta no decorrer da trajetória de Oiticica, principalmente nos momentos em que o artista se reinventou e esteve à frente de si mesmo, como uma espécie de vanguardista de sua própria obra.
Para Aguilar, Oiticica começa a sua trajetória de vanguarda artística ampliando o repertório de materiais, o que não estava previsto no “programa modernista, que impunha sempre um distanciamento visual”. Aguilar também enxerga a importância dos Bólides na mudança de direção da arte de Oiticica: “O Bólide dedicado a Cara de Cavalo ocupa um lugar central que é a origem velada, que, em 1965, estabelece uma fissura em seu trabalho e que a partir daí não deixa de atuar como um buraco negro, que o artista deve exorcizar e transformar com suas invenções.”, diz.
Na própria incorporação da violência na arte, Aguilar analisa o papel “instaurador da revolta” na obra de Oiticica quando observa que o episódio em que o artista tenta entrar com seus amigos da favela da Mangueira na exposição Opinião 65, sem sucesso. A série gera conflitos e reposicionamentos que são basicamente políticos, o que acaba por inscrever a revolta, como e qual o seu Parangolé, “nos umbrais do museu.”
Retomando a filosofia e a arte de Oiticica e Lygia Clarck, Aguilar rememora a “poderosa proposta” dos artistas: O corpo sabe mais. Hélio Oiticica, a Asa Branca do Êxtase – Arte Brasileira de 1964-1980 é um copo cheio de saberes para quem pretende destrinchar os corpos de Hélio Oiticica e suas pegadas na arte (pós-)moderna brasileira.
O AUTOR
Gonzalo Aguilar (Buenos Aires, 1964) é professor catedrático de Literatura Brasileira e Portuguesa na Universidade de Buenos Aires e pesquisador do Consejo Nacional de Investigaciones Científicas e Técnicas (CONICET). Dirige a cadeira de Literaturas da América Latina da Universidade Nacional de San Martin e foi professor visitante em Stanford, Harvard e na Universidade de São Paulo. É autor, entre outros, dos livros A poesia concreta: as vanguardas na encruzilhada modernista (EDUSP, 2005), Otros mundos – Um ensayo sobre el nuevo cine argentino (2006 – traduzido para o inglês), Por una ciencia del vestígio errático – Ensayos sobre la antropofagia de Oswald de Andrade (2010) e Más alla del Pueblo – Imágenes y políticas del cine (2015)