Capa de Grandes dias e outras histórias

Grandes dias e outras histórias

Autor: DONALD BARTHELME

304 pp. | 14x21 cm

Tradução: Daniel Pellizzari

Assuntos: Ficção – Conto

Selo: Editora Rocco

Impresso

ISBN: 978-85-325-3150-6

Preço: R$ 84,90

E-book

Preço: R$ 42,90

E-ISBN: 978-85-812-2776-4

O escritor americano Donald Barthelme (1931-1989) tem uma obra que hoje pode ser considerada “disruptiva”, ou seja, que transcende qualquer expectativa e traz algo sempre novo e surpreendente à, no caso dele, escrita literária. Um dos expoentes do chamado pós-modernismo, o autor de livros, ensaios, contos e romances marcou a cultura americana e influenciou toda uma geração de grandes romancistas como Salman Rushdie, David Foster Wallace e Dave Eggers. Autor de um dos clássicos do movimento pós-modernista americano, O pai morto, lançado em 1975 (e no Brasil, pela primeira vez, pela Rocco em 2015), Barthelme recorre à escrita como um exercício de experimentação. 
Isso pode ser claramente comprovado no novo lançamento do autor, Grandes Dias e outras histórias, uma antologia de 40 contos no qual o “disruptivo” escritor dá mais destaque ao estilo que, necessariamente, ao conteúdo: algumas vezes, textos corridos, em fluxo de pensamentos; em outros, diálogos aparentemente ou tão somente sem sentido, não-linear, que leva o leitor a passear pela frivolidade e pela mais escancarada sinceridade humana. Em relação ao conteúdo em si, ele é nervoso, seco, direto, limpo – quase telegráfico – e, por vezes, um tanto agressivo. Seus personagens incorporam, assim, como sua obra, comportamentos estranhos, presunçosos e ridículos em diálogos e textos em que prevalecem o nonsense e o absurdo.  
É o caso de “Chablis”, em que o autor explora os sentimentos ambíguos de um pai em relação à sua filha pequena, depois de irritar-se com o pedido da esposa para comprar um cachorro e o transtorno emocional que isso lhe provoca. Já em “O gênio”, vemos um homem de grande intelecto, que passa o conto recebendo toda sorte de homenagens, mas que, na verdade, não passa de um alcóolatra excêntrico que detesta crianças e carrega documentos importantes em uma caixa de ferramentas verde de uma grande loja de departamentos. 
Barthelme não tem, necessariamente, um compromisso com uma história, ou em contar um relato com início, meio e fim, o que o torna profundamente fascinante e uma fonte de estudos para aqueles interessados na arte da escrita. Em uma sociedade em que as pessoas precisam cada vez mais de manuais, guias e coaches para conduzir todos os aspectos de sua vida nos mínimos detalhes, a literatura de Barthelme tem o propósito de chacoalhar e tirar do lugar e, por isso, nunca esteve tão atual. 
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O AUTOR

Donald Barthelme (1931-1989) foi revelado nas páginas da revista The New Yorker nos anos 1960. É autor de livros de ensaios contos e romances. Sua obra, caracterizada pela subversão irreverente de convenções narrativas, influenciou inúmeros autores e é considerada um dos grandes momentos de renovação da literatura do século XX.

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