
Fizemos Bem em Resistir
Autor: AFFONSO ROMANO DE SANT’ANNA
168 pp. | 14x21 cm
Assuntos: Assuntos Contemporâneos, Crônica
Selo: Editora Rocco
Affonso Romano de Sant’Anna, ao escrever, nos oferece – pela primeira vez – o mar. E desde que o poeta gravou nas areias um texto que não terminará jamais, algo se aprofunda em todos nós. Ler Affonso é como cair em área sagrada, uma epifania que resgata a sensibilidade e dignifica a alma pelo acerto da palavra. Rigoroso e experimental, não obstante refinadamente popular, ele nos propõe uma literatura do amor pela existência e pelo existente.
Desde que foi chamado para substituir Carlos Drummond de Andrade no Jornal do Brasil, Sant’Anna se dedica sistematicamente à crônica. São dez anos de uma conversa íntima, e ao mesmo tempo aberta, resumida no livro Fizemos bem em resistir. “A crônica é uma maneira de ver o mundo, escrevê-la é uma forma de participar e interferir no cotidiano”, diz o autor. “Fazer 30 anos”, “Viver o verão” e “A metafísica da barba são algumas das 50 crônicas selecionadas das coletâneas A mulher madura, O homem que conheceu o amor, A raiz quadrada do absurdo, De que ri a Mona Lisa? e Mistérios gozosos, que se tornaram notáveis pela fina sintonia com a realidade.
Elas são resultado de muita observação, mas também são fruto de intensa disciplina. Para ele, o ato de escrever, mais que um modo de se postar diante do mar, é uma forma de domar as vagas do presente, convertendo-o num cristal passado. “E o mar eu conheci, quando pela primeira vez aprendi que a vida não é a arte de responder, mas a possibilidade de perguntar”, conclui o autor.

O AUTOR
Um dia dizendo seus poemas na Irlanda, no Festival Gerald Hopkins (1996), ou na Casa de Bertold Brecht, em Berlim (1994), outro dia no Encontro de Poetas de Língua Latina (1987), no México, ou presente num encontro de escritores latino-americanos em Israel (1986), ou participando no International Writing Program, em Iowa (1968), Affonso Romano de Sant’Anna tem reunido, através de sua vida e obra, a ação à palavra. Foi assim quando, em 1973, organizou na PUC-Rio a EXPOESIA, que congregou 600 poetas desafiando a ditadura e abrindo espaço para a poesia marginal; foi assim em 1963, no início de sua vida literária, quando se tornou um dos organizadores da Semana Nacional de Poesia de Vanguarda, em Belo Horizonte. Com esse mesmo espírito de aglutinar e promover seus pares, criou, em 1991, a revista Poesia Sempre, que divulgou a poesia brasileira no exterior e foi lançada tanto na Dinamarca quanto em Paris, tanto em San Francisco quanto Nova York, incluindo também as principais capitais latino-americanas.