Capa de Estamos todos completamente transtornados

Estamos todos completamente transtornados

Autor: KAREN JOY FOWLER

336 pp. | 14x21 cm

Tradução: Geni Hirata

Assuntos: Ficção – Romance/Novela

Selo: Editora Rocco

Impresso

ISBN: 978-85-325-3093-6

Preço: R$ 54,90

E-book

Preço: R$ 29,90

E-ISBN: 978-85-8122-721-4

As famílias normais são todas iguais, mas as estranhas são estranhas cada uma a seu modo. Era uma vez um casal que prometeu amar seus três filhos da mesma forma, mas a mãe sempre tratou Rosemary como a favorita e o pai nunca fez muita questão de esconder que Lowell era seu queridinho. Também estava claro que Fern, que preferia a mãe, era quem Lowell mais adorava no mundo, enquanto Rosemary, a narradora de Estamos todos completamente transtornados, jura que gostava tanto do pai quanto da mãe, embora sempre tenha amado Lowell acima de tudo. O que torna os Cook estranhos, claro, não são essas preferências comuns a quase todas as famílias (mesmo que os pais neguem ou realmente nem percebam), mas algo não revelado aqui porque Rosemary decidiu começar sua história pelo meio – quem afinal se apresenta a um novo conhecido enumerando suas esquisitices?
 
Em seu novo romance, Karen Joy Fowler, autora de O clube de leitura de Jane Austen, mostra ser capaz de tecer uma narrativa complexa tanto em forma quanto em conteúdo sem deixar o texto perder a fluência ou legar os personagens ao segundo plano. Finalista do Man Booker Prize, vencedor do PEN/Faulkner Award e tido como um dos livros do ano por diversos veículos internacionais, Estamos todos completamente transtornados aborda questões como linguagem, ciência, memória, identidade, alteridade e o que significa ser humano – ou talvez sobre o que significa ser primata, e, acima de tudo, animal.
 
Quem a conhece hoje ficaria muito surpreso ao saber o quanto Rosemary era tagarela quando criança. Ela não tem muitas memórias do que exatamente falava, mas se recorda muito bem de todos estarem sempre a mandando calar a boca – até o dia que, logo depois de Fern ter ido embora, se silenciou. “Pegue qualquer lembrança da minha primeira infância e eu posso lhe dizer instantaneamente se aconteceu enquanto eu ainda tinha Fern ou depois que ela partiu. Eu posso fazer isso porque me lembro de qual das duas estava lá. Eu com Fern ou eu sem Fern? Duas pessoas inteiramente diferentes.”
 
Mas há um detalhe. Uma revelação que surge na página 88 é tida como spoiler para uns (o New York Times publicou que, para uma experiência completa de leitura, “deve-se evitar ler o texto de orelha do livro e tudo o que foi escrito sobre ele”) e ponto essencial em qualquer abordagem da obra para outros (entre eles a própria autora, que nunca deixa de destacá-lo em suas entrevistas). Então tome a decisão de seguir ou não em frente agora mesmo, pois, lá vai, Fern é um chimpanzé. Mas não estamos falando de um animal de estimação – ela era realmente a gêmea de Rosemary e sua principal referência no mundo. “E é importante ressaltar que eu também representava tudo isso para ela”, completa a narradora.
 
Estamos todos completamente transtornados é original, comovente, corajoso e necessário. Como Franz Kafka escreveu no trecho de “Um relatório para a Academia” que serve de epígrafe para o romance de Fowler, nossa origem de macaco “faz cócegas no calcanhar de qualquer um que caminhe sobre a Terra – do pequeno chimpanzé ao grande Aquiles”.

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O AUTOR

Karen Joy Fowler é uma autora americana de ficção científica, fantasia e ficção literária, indicada aos prêmios Nebula, PEN/Faulkner e Man Booker Prize. Seu romance O clube de leitura de Jane Austen foi dirigido e adaptado para o cinema por Robin Swicord.

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