Capa de Depois da fotografia

Depois da fotografia

Coleção Coleção Entrecríticas

Autor: NATÁLIA BRIZUELA

256 pp. | 13,5x18 cm

Tradução: Carlos Nougué

Assuntos: Ensaio, Teoria E Crítica Literária

Selo: Editora Rocco

Impresso

ISBN: 978-85-325-2940-4

Preço: R$ 39,90

E-book

Preço: R$ 25,50

E-ISBN: 978-85-812-2463-3

Depois da fotografia nada mais foi como antes. A fotografia se firmou como uma nova forma de ver o mundo que, no processo de documentá-lo e interpretá-lo, acabou transformando aquilo que registrava. Arte, literatura e todos os demais meios de expressão foram influenciados pela intermediação desta “película”, que se interpôs entre o real e a sua representação, como demonstra com brilhantismo Natalia Brizuela em seu envolvente ensaio, que chega aos leitores pela coleção Entrecríticas, organizada por Paloma Vidal.

A fotografia é um reflexo do real que alterou a forma de se refletir sobre o real. Antes de seu advento, o artista tinha a natureza como referência máxima e seu estudo direto como norma, a tal ponto que Leonardo da Vinci chega a fazer autópsias para conhecer o corpo humano de dentro para fora, em sua essência mais íntima e fundamental.

A partir da difusão cada vez mais intensa das imagens fotográficas, o artista passou a desdenhar a observação direta em favor da nova técnica, capaz de desvendar as dimensões microscópicas e revelar a imensidão do macrocosmo. E o universo da arte e da literatura passou a ser um imenso arquivo fotográfico ¾ uma espécie de “museu de tudo” ¾ em que o mundo se via resumido, sintetizado, revisto e idealizado. Em uma única palavra: magnificado.

O presente estudo de Natalia Brizuela se revela particularmente interessante pelo fato de concentrar o debate – sobre fotografia e literatura, fotografia e cultura – no âmbito latino-americano, normalmente esquecido pela miopia dos teóricos eurocêntricos. Assim, Natalia ressalta os exemplos riquíssimos de escritores como os mexicanos Mario Bellatin e Juan Rulfo (esse, também, um grande fotógrafo), o argentino Julio Cortázar (que influenciou toda uma geração de fotógrafos) e os brasileiros Bernardo Carvalho e Nuno Ramos (tão bom artista quanto bom escritor). Além de destacar a contribuição de artistas brasileiros como Hélio Oiticica, Rosângela Rennó, Cildo Meirelles, bem como do Caetano Veloso do movimento Tropicalista, que soube elaborar a fusão de todas as artes numa síntese antropofágica de rica latinidade.

Obra de muitos méritos, Depois da fotografia – Uma literatura fora de si, apresenta o interesse suplementar de ultrapassar o campo teórico para se firmar também como obra de pura criação. Um ensaio que se lê não como um romance e sim como uma obra de arte, como uma fotografia narrativa ou uma narrativa fotográfica.

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O AUTOR

Argentina, Natalia Brizuela é bacharel em Artes pela Universidade de Princeton e tem PhD em Espanhol e Português pela Universidade de Nova York. É professora do Departamento de Espanhol e Português da Universidade de Berkeley e autora de Fotografia e Império: Paisagens para um Brasil moderno (São Paulo: Companhia das Letras, 2012).

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