
As Fantasias de Pronek
Autor: ALEKSANDAR HEMON
232 pp. | 14x21 cm
Tradução: Roberto Grey
Assuntos: Ficção – Romance/Novela
Selo: Editora Rocco
"Tão incrivelmente bom que faz o leitor acreditar ter descoberto uma nova voz literária: alguém que parece não apenas extraordinário, mas também necessário."
New York Times Book Review
"Gostaria de ter escrito As fantasias de Pronek, mas não poderia tê-lo feito porque ninguém escreve como Hemon. Sua visão de mundo é a mais incomum e poética. Este livro é tocante e belo."
Jonathan Safran Foer
Depois da celebrada estreia literária com E o Bruno? , o bósnio Aleksandar Hemon está de volta com mais aventuras de seu personagem e alter ego, Jozef Pronek. Dessa vez, o jovem de Sarajevo – recém-instalado em Chicago e impedido de voltar para casa por conta do início dos conflitos em seu país natal – salta das páginas do conto O cego Josef Pronek & as almas do além e ganha um romance só para ele. Em As fantasias de Pronek, Hemon apresenta mais algumas facetas desse nômade acidental, estrangeiro como tantos outros, observador atento e irônico do American way of life e das idiossincrasias de seu próprio país. O resultado é um romance vertiginoso sobre a inevitável perda de identidade, a sensação de não-pertencimento e o estranhamento causado pela difícil condição de imigrante em um país tão desafiador quanto sedutor como os EUA.
Com total domínio do inglês, língua na qual passou a escrever depois de apenas três anos vivendo na América, Hemon tece a trajetória de Pronek deixando entrever as dificuldades de adaptação e comunicação do jovem imigrante, semelhantes às suas, recém-chegado a Chicago. O perfil de Pronek é montado a partir de impressões de outros narradores – pessoas tão enigmáticas e envolventes quanto o protagonista criado por Hemon –, em grandes saltos temporais e espaciais, dando forma a um caleidoscópio de imagens vívidas, perturbadoras e nem sempre confiáveis do personagem.
A narrativa se inicia em Chicago, em abril de 1994, quando um conterrâneo de Pronek, candidato à vaga de professor de inglês num curso para imigrantes, se depara com o jovem em sala de aula. Ele reconhece Joseph como o garoto do prédio vizinho ao seu, com quem brincava de bola de gude, em Sarajevo controlada com mão de ferro por Marshal Tito. É este narrador anônimo que conduz o leitor até a infância do personagem, em 1967, feliz, apesar da ditadura, sob a proteção constante de Natalyka, sua avó, e apresenta os grandes projetos de adolescência do rapaz – suas conquistas amorosas, sua barulhenta banda de rock, sua rápida e frustrante passagem pelo Exército, com direito a intensivo na cozinha, cortando batatas – até o embarque, em 1992, para os EUA, para onde parte a convite do Centro Cultural da América para aprimorar o inglês.
Antes de narrar o exílio forçado de Pronek em Chicago, no entanto, Aleksandar Hemon conduz o leitor até a Ucrânia, onde seu protagonista passa um verão conhecendo, a contragosto, um pouco mais da terra natal de seu pai – composta, basicamente, por trens decadentes, câmeras escondidas e a total ausência de possibilidade de conforto. Lá, em Kiev, o foco narrativo é alternado mais uma vez e quem ganha voz é Victor, americano de origem ucraniana, colega de quarto do jovem bósnio. São pelos olhos dele que o leitor acompanha as peripécias de Pronek, sua dificuldade para pronunciar a palavra literatura, suas piadas afiadas com os amigos no refeitório, sua frustração com o nacionalismo ucraniano, seu caso de amor com uma colega de curso e seu encontro casual com George Bush, às vésperas da derrocada da União Soviética e o golpe de Estado na Ucrânia.
Apenas depois da escala em Kiev é que o leitor começa a entrever Jozef Pronek por ele mesmo. Nos Estados Unidos, ele assume as rédeas da sua despedaçada trajetória e tenta pôr ordem nela, começando pelas necessidades mais prementes na vida de qualquer imigrante: aprender a língua e arrumar um trabalho.
De auxiliar de detetive particular à ativista do Greenpeace, com direito a tropeços no inglês e na cultura americana, além de diversos subempregos, entremeadas por cartas do melhor amigo bósnio e uma surpreendente passagem pela China, não há linha de chegada nesta viagem conduzida com maestria por Hemon. As experiências de Jozef Pronek, algumas banais, outras absurdas e até hilárias, são todas transformadas em extraordinárias pela verve irônica e afiada do autor, aclamado pela crítica e apontado como um dos melhores de sua geração.

O AUTOR
Aleksandar Hemon nasceu na Bósnia em 1964 e vive nos Estados Unidos desde 1992. Publicou E o Bruno? , comercializado para 18 países e eleito o melhor livro do ano de 2000 pelo Los Angeles Times Book Review e pelo New York Times Book Review; As fantasias de Pronek, de 2002, finalista do National Book Critics Circle Award; O projeto Lazarus, ganhador do prêmio de Melhor Ficção de 2008 da conceituada revista New Yorker, apontado como um dos cem melhores títulos do ano pelo The New York Times. O autor recebeu os prêmios “Genius Grant”, da Fundação MacArthur, e PEN/W. G. Sebald Award.