Capa de Adão no Éden

Adão no Éden

Autor: CARLOS FUENTES

184 pp. | 14x21 cm

Tradução: Carlos Nougué

Assuntos: Ficção – Romance/Novela

Selo: Editora Rocco

Impresso

ISBN: 978-85-325-2620-5

Preço: R$ 28,50

O México de Carlos Fuentes guarda pouca relação com a famosa frase do ex-presidente Porfirio Díaz, que lamentava: “Pobre México; tão longe de Deus e tão próximo dos Estados Unidos.” Em Adão no Éden, o México continua longe de Deus (embora profundamente religioso), mas os males que atingem o país não vêm de uma nação estrangeira, mas do coração da sociedade. O premiado escritor põe o dedo na ferida mexicana mais uma vez ao descrever um país assolado pela corrupção, pelo crime e por uma profunda desigualdade econômica.

Adao no Éden é a história de Adão Gorozpe, jovem nascido em família de poucos recursos que, graças a méritos pessoais e a um casamento por interesse – com Priscila Holguin, rainha da primavera e filha de Celestino Holguin, empresário conhecido como “o Rei do Pão” –, torna-se um dos maiores advogados do país e figura de destaque na sociedade mexicana. Em nome de sua posição, Gorozpe se submete a rituais sociais e familiares que no fundo despreza, e convive com uma família com a qual não tem qualquer afinidade, com exceção do cunhado, Abelardo Holguin, com quem divide o gosto por cinema e literatura.

Toda a estrutura sobre a qual se assenta a vida de Adão é ameaçada com a chegada de seu homônimo: Adão Gongora, recém-nomeado ministro a cargo da segurança nacional, que promove uma política duvidosa – prendendo inocentes e aliando-se a criminosos poderosos – e torna-se um rival amoroso, ao assediar Priscila. A rivalidade evolui para a inimizade declarada e ambos travarão uma batalha pela manutenção do poder, por suas posições na sociedade e por visões distintas dos rumos do país.

Narrado em primeira pessoa por Adão Gorozpe, Adão no Éden flerta com o surrealismo e com o realismo mágico, usando de recursos narrativos como saltos temporais e a intrusão na narrativa de notícias de jornal e assuntos diversos, entre os quais um suposto menino Jesus que prega aos pedestres no Centro da Cidade do México e as passagens dos cometas, associados a eventos marcantes na história do México e na trama de Fuentes.

O livro é também uma denúncia da hipocrisia nas relações sociais, sobretudo por meio do protagonista, cuja vida é recheada de mentiras: opiniões e afinidades jamais reveladas, um casamento por interesse que se mantém apenas na aparência e um caso de amor extraconjugal com alguém identificado apenas como Ele.

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O AUTOR

Filho de pais diplomatas, Carlos Fuentes, o mais prestigiado escritor mexicano, nasceu no Panamá, em 11 de novembro de 1928, e passou sua infância em diversas capitais da América. Na adolescência, regressou ao México, país onde se radicou até 1965 e que marcaria sua obra.

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