Capa de A Palavra Pintada

A Palavra Pintada

Autor: TOM WOLFE

176 pp. | 14x21 cm

Tradução: Lia Wyler

Assuntos: Reportagem/Relatos

Selo: Editora Rocco

Impresso

ISBN: 978-85-325-2465-2

Preço: R$ 25,00

Sem meias palavras, bem-humorado e altamente sarcástico, Tom Wolfe discorre em A palavra pintada sobre a arte moderna e as teorias existentes – ou não – para ajudar a entender a arte que permeou o final do século XIX e se estendeu por mais 70 anos no século XX. Depois de pinceladas rápidas sobre quando começa o movimento modernista, Tom Wolfe passa a discorrer sobre a arte que se iniciou antes da Primeira Guerra Mundial, mas ganhou espaço e status de arte na década de 1920, quando tornou-se chique nos grandes centros, como Paris, Londres, Berlim e Nova York. O autor não apresenta simples datas ou fatos, ele descreve cenas e situações como se tivesse realmente estado lá – e em certo período estava mesmo, pois passou a viver e a trabalhar em Nova York como repórter na década de 1960.

O insight para escrever A palavra pintada começou em um domingo, mais especificamente na manhã do domingo 28 de abril de 1974, quando uma frase do crítico de artes Hilton Kramer no The New York Times chamou a atenção de Tom Wolfe. Kramer escrevia de modo casual sobre a exposição Sete Realistas, aberta na Universidade de Yale, mas pela leitura de Wolfe o crítico entregava todo o jogo. Kramer havia escrito que dada a natureza do intercâmbio das pessoas com as obras de arte, carecer de uma teoria convincente era carecer de algo crucial. Foi nesse instante, conta Wolfe, que ele deu-se conta do que havia percebido, que a arte moderna havia se tornado inteiramente literária: as pinturas e outras obras só existiam para ilustrar o texto.

Contando casos e revelando atores dessas histórias, Wolfe mostra o artista moderno interagindo com o chamado le monde, grupo que se importava com o que estava na moda naquele período, incluindo aí escritores, jornalistas, aristocratas e quem mais quisesse – e pudesse – estar “onde as coisas aconteciam”. Nesse le monde destacavam-se as vozes dos críticos, que, mais que criarem teorias ou descobrir novos talentos, traziam notícias quentes sobre o que havia de mais novo e interessante no campo da arte. O tom de Wolfe em relação a esses críticos não tem, porém, nada de tão elogioso. Ele mesmo mostra-se um crítico, mas em relação à maneira como esses apontadores de vanguardas criavam suas teorias sobre as demonstrações de arte que surgiam naquelas primeiras décadas do século XX, estimulando a transformação da pintura em algo literário – justamente algo combatido quando a arte moderna começou a surgir.

Wolfe não se restringe à arte moderna, segue acompanhando a ascensão e queda de renomados críticos e artistas que se negam a acompanhar a enxurrada de novas artes que surgem a partir da arte moderna – arte pop, arte ótica, arte minimalista e arte conceitual para citar algumas. Sempre, porém, apontando o significado que a palavra ganhou entre 1945 e 1975 – o livro é de 1975 –, período que sabiamente denominou como a Era da Palavra Pintada.

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O AUTOR

Um dos mais importantes nomes do jornalismo internacional, o norte-americano Tom Wolfe, um dos fundadores do New Journalism, nasceu em 1930, em Richmond, Virginia, e morreu em maio de 2018, aos 88 anos, em Nova York. Verdadeiro documentarista da vida americana, escreveu reportagens que fizeram história para veículos como Esquire, New York Magazine, Harper’s e outros, além de mais de uma dúzia de livros de ficção e não ficção, como o bestseller A fogueira das vaidades, romance que se tornou referência na prosa norte-americana ao pintar um retrato arrebatador e satírico da Nova York movida a dinheiro, poder, ganância e vaidade da década de 1980. Seu último livro, O reino da fala (2016), é um polêmico ensaio sobre evolução e linguística.

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