Capa de A Guerra das Rosas

A Guerra das Rosas

Autor: LEILA MEACHAM

512 pp. | 16x23 cm

Tradução: Lea Viveiros de Castro

Assuntos: Ficção – Romance/Novela

Selo: Editora Rocco

Impresso

ISBN: 978-85-325-2627-4

Preço: R$ 67,90

Mary Toliver DuMont está prestes a interferir no destino não só da família Toliver como também da própria Howbutker, cidade fundada há mais de um século e meio pelos antepassados de Mary junto com os patriarcas das famílias Warwick e DuMont. Mesmo diante da expressão de espanto de Amos Hines, advogado da família há mais de 40 anos, Mary não faz qualquer esforço para explicar o que a levou a vender as Fazendas Toliver de forma sigilosa e a dar um destino inesperado à Somerset, a lendária fazenda de algodão mantida pela família desde a fundação de Howbutker. Este é o mote de A Guerra das Rosas, obra épica que acompanha três gerações de importantes famílias de uma pequena cidade no sul dos Estados Unidos. Como em clássicos como E o vento levou, a autora Leila Meacham constrói uma história de amor, brigas e traições, ambientada em uma época na qual honra e cortesia eram bem supremos.

Mary não tem tempo a perder. Tão logo entrega a alteração do testamento para o advogado, ganha a rua pensando em tudo que precisa fazer até a manhã seguinte, quando irá contar à sobrinha-neta Rachel, outra Toliver da cabeça aos pés, sobre as decisões tomadas nas últimas semanas. No centro de Howbutker, a velha senhora é tomada por uma nostalgia que há muito não sentia. Com exceção de um ano, durante o qual foi obrigada a morar em um colégio interno, Mary passou toda a vida na cidade fundada por seu avô. Em 1836, Silas William Toliver e Jeremy Matthew Warwick, filhos caçulas de duas importantes famílias de fazendeiros da Carolina do Sul, partiram para a nova república do Texas. Ambos eram descendentes da realeza inglesa, embora tivessem vindo de casas inimigas, os Lancaster e os York.

As duas famílias protagonizaram a Guerra das Rosas em 1600, mas há muito tempo as diferenças ancestrais haviam sido enterradas e naquele ano de 1836 Toliver e Warwick davam início, juntos, a uma nova empreitada. A caminho do Texas, foram arrebanhando famílias que dividiam o mesmo sonho. Foi então que conheceram Henri DuMont, um francês descendente do rei Luis VI, disposto a abrir seu próprio empório na cidade que Silas Toliver e Jeremy Warwick pretendiam fundar. Pouco tempo depois, nascia Howbutker. Warwick decidiu tornar-se madeireiro, DuMont inaugurou o sonhado armarinho e Toliver não quis seguir outra ocupação que não fosse plantar algodão, como a família já fazia desde que chegara aos Estados Unidos.

Envolta nessas lembranças, vindas à tona depois da decisão de mudar o testamento e um pouco também pelo champanhe que sua assistente abriu com relutância, Mary mergulha no passado, nas histórias transcorridas ali mesmo onde está sentada, na bela Avenida Houston, onde as residências dos fundadores foram erguidas 150 anos atrás. Nesse mesmo endereço, aos 16 anos, precisou lidar com a raiva e a frustração do irmão e da mãe ao descobrirem que fora somente para ela, Mary, que o pai deixara praticamente tudo que tinham. Ali também, no mesmo ano, descobriu-se apaixonada por Percy Warwick, um dos dois melhores amigos de seu irmão, Miles Toliver. Em uma narrativa instigante, a velha senhora relembra os momentos mais marcantes de seus 85 anos de vida.

O período que vai especialmente de 1916 a 1985 engloba os dilemas da protagonista, além de reportar importantes fatos ocorridos no século XX. Mary vê o irmão e os dois melhores amigos partirem para a Primeira Guerra Mundial, cena que se repete anos mais tarde quando a geração seguinte segue para a Segunda Grande Guerra. Vê-se em meio a dificuldades durante a crise que afligiu os Estados Unidos durante os anos 1930, levando-a a medidas extremas – com consequências décadas mais tarde.

Com a história de Mary, a autora Leila Meacham conduz os leitores por importantes episódios que ligam as três famílias durante décadas no último século. Tão logo encerra a versão de Mary, a escritora entra nas lembranças de Percy Warwick. Os dois diferentes pontos de vista complementam-se, dando aos leitores uma visão mais ampla das razões que levaram Mary a modificar o testamento, interferir nos planos da sobrinha-neta e, ao mesmo tempo, livrá-la da “maldição Toliver” a que todos da família parecem estar fadados. A Guerra das Rosas não se resume apenas a lembranças. Depois de refazer os caminhos de Mary e Percy, a autora insere ainda mais um tanto de emoção nas últimas páginas, envolvendo Rachel Toliver e Matt Warwick, sob o olhar atento do fiel Amos Hines, e presenteando os leitores com mais do que um simples final feliz.

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O AUTOR

Leila Meacham é escritora e professora. A Guerra das Rosas foi escrito durante cinco anos, depois que Leila já estava aposentada, aos 65 anos. Meacham mora em San Antonio, no Texas.

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