Capa de A eternidade pelos astros

A eternidade pelos astros

Coleção Coleção Memórias do Futuro

Autor: LOUIS-AUGUSTE BLANQUI

128 pp. | 13,7x20 cm

Tradução: Luciana Persice

Assuntos: Ensaio, Rocco Jovens Leitores

Selo: Rocco Jovens Leitores

Impresso

ISBN: 978-85-7980-211-9

Preço: R$ 29,90

E-book

Preço: R$ 16,00

E-ISBN: 978-85-8122-627-9

O segundo livro da coleção Memórias do Futuro, organizada pelo poeta, tradutor e acadêmico Marco Lucchesi, é fruto de uma imaginação tão prodigiosa que parece saída de um conto de Jorge Luis Borges. A eternidade pelos astros é uma desconcertante especulação cosmológica levada a cabo por Louis-Auguste Blanqui (1805-1881), mais conhecido, talvez, como teórico socialista e revolucionário.
 
Pouco importa que os pressupostos da hipótese levantada por Blanqui tenham sido desmontados pelas descobertas do século XX. A beleza do livro que temos em mãos não deve ser mensurada pela sua importância científica, mas, sim, pelo modo como se desenrola a argumentação, pela riqueza das analogias e pelo brilhantismo sardônico de seu estilo. Aqui, química e poesia andam juntas, para tentar desvendar a dinâmica do universo e a existência humana.
 
Blanqui postula que o universo, “infinito em seu conjunto em cada uma de suas frações”, é composto por um número finito de elementos, os “corpos simples”, de tal forma que, “para preencher a imensidão, a natureza tem que repetir, infinitamente, cada uma das suas combinações originais ou tipo”. Os tipos seriam sistemas estelares, os quais se repetiriam infinitamente. O nosso sistema solar seria, por exemplo, “uma das combinações originais”. Dele seriam retiradas “bilhões de provas” e, de cada uma dessas provas, faria parte “uma Terra idêntica à nossa, uma Terra sósia”. Mais do que isso, cada um de nós teria, “na imensidão, um número sem-fim de duplos que vivem” as nossas vidas; seríamos infinitos e eternos nas pessoas de outros, não apenas em nossas respectivas idades atuais, mas “de todas as suas idades”.
 
A eternidade, portanto, é a eternidade da repetição, e a ideia de “progresso” só faria sentido aos nossos pequenos olhos, perdidos numa imensidão que somos incapazes de compreender. A viagem empreendida por Blanqui vai, assim, em dois sentidos ao mesmo tempo contraditórios e complementares: rumo ao infinito, mas também ao que há de mais ínfimo, procurando fixar tanto a estrela quanto o grão de poeira. Leitura indispensável aos interessados em refletir sobre a história, mirando em novas possibilidades para o futuro.

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O AUTOR

O francês Louis-Auguste Blanqui (1805-1881) estudou Direito e Medicina, mas encontrou sua vocação como teórico socialista (não marxista) e revolucionário (concebeu o blanquismo) e agitador político. Não por acaso, ao longo de sua vida, passou mais de trinta anos encarcerado. Filho de Jérôme-Adolphe Blanqui, um célebre girondino que, embora tivesse participado da votação pela morte de Luís XIV, acabou preso durante o Terror, Blanqui lutou pelo sufrágio universal, pela igualdade de direitos e pela justa distribuição da riqueza.

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