Lançamentos

Children of Blood and Bone no Brasil

Livro de Tomi Adeyemi é inspirado em religiões africanas, na mitologia iorubá e em passagem da autora pelo Brasil
19 de julho de 2018


Eles mataram minha mãe.
Eles tomaram nossa magia.
Eles tentaram nos enterrar.
Agora, nós ressurgimos!

 

Em outubro, chega ao Brasil, pelo selo Fantástica Rocco, um dos livros mais comentados do ano. Lançado nos EUA, em março, Children of Blood and Bone está há 19 semanas na lista de mais vendidos do The New York Times e foi escolhido o melhor na categoria Jovem Adulto de 2018 pela Amazon.

Filhos de sangue e osso, como será chamado por aqui, é a estreia na literatura de Tomi Adeyemi, norte-americana de origem nigeriana e de apenas 24 anos. A autora declarou que parte da inspiração para a história veio de seu período no Brasil, quando ganhou uma bolsa para estudar mitologia africana em Salvador, na Bahia.

Esse é o primeiro livro é da trilogia O legado de Orïsha, uma fantasia baseada na mitologia iorubá, que se passa em um mundo muito similar à África subsaariana. A história é protagonizada por Zélie, uma jovem que luta contra a opressão de seu povo. Ela perdeu a mãe aos seis anos quando a realeza ordenou que todos os maji, pessoas capazes de fazer magia, fossem executados. Depois desse dia, a magia sumiu do mundo e os maji passaram a viver como escravos nas colônias do Reino de Orïsha. Porém, quando Amari, a filha do rei, rouba um artefato que pode conter a chave para trazer de volta a magia, Zélie e seu irmão Tzain embarcam com ela numa jornada para restabelecer esse elo com deuses, como Oyá e Yemọja, e libertar o povo da opressão.

Tomi, que já foi comparada à J.K. Rowling pela revista Entertainment Weekly, veio ao Brasil depois se graduar com honras no curso de Literatura Inglesa pela Universidade de Harvard. Em entrevista a Petê Rissatti, tradutor de Filhos de Sangue e Osso, a autora contou: “Eu estava em Salvador quando descobri os orixás. Iemanjá, Xangô, Oxóssi e Oxum, diante de mim em azulejos pintados, lindos, sagrados e negros. Instantaneamente minha mente foi transformada. É uma honra ter meu livro publicado no lugar onde esta aventura começou para mim, e minha única esperança é que o incrível povo brasileiro curta o livro!” (tradução dele).

Petê Rissatti é negro e tem forte ligação com religiões de matriz africana. Fez um profundo trabalho de pesquisa da língua iorubá, tendo apoio de estudiosos e a opinião da autora em algumas escolhas. Os encantamentos e as deidades ficaram em iorubá, que nessa história é a língua que foi perdida após o fim da magia.

Considerado um dos grandes lançamentos do ano no concorrido segmento de literatura Young Adult nos EUA, Filhos de sangue e osso já chegou às livrarias americanas com adaptação para o cinema em andamento pela Fox Films e direitos de publicação adquiridos em mais de 25 territórios.

“Não tem momento melhor para esse livro sair. Ele fala sobre cultura africana, protagonistas femininas e negras e a força da ancestralidade. O mundo de Orïishäa vai ser facilmente identificado por leitores brasileiros, tanto pela fauna e a flora, quanto pelas deidades que já conhecemos por aqui, como Iemanjá e Oyáa (ou Iansã). Para descansar da viagem até Candomblé, o local onde a magia é mais forte, Zélie, Amari, Tzain e Nailah (a leonária de Zélie) param embaixo de uma árvore de mamão papaia, por exemplo”, diz Paula Drummond, editora do livro no Brasil.

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