Sexo, drogas e literatura
Julio Ludemir e Wesley Peres se encontram na Casa Rocco1 de maio de 2014
Prepare-se para o debate com autores que usam a literatura para descortinar, cada um a seu modo, temas pulsantes como sexo e drogas.
Julio Ludemir: “Antes mesmo de fazer xixi ao acordar, faço um esforço para me lembrar de todo o meu sofrimento durante os longos anos em que me droguei. Lembrar-me desse sofrimento não é uma oração, mas uma estratégia para evitá-lo. Faz parte dessa estratégia escrever livros sobre o tema.”
Wesley Peres: “Sou escritor e psicanalista. Todos os dias o escritor e o psicanalista tomam uns cafés e batem uns papos. A escrita veio antes da psicanálise, mas ambos conversam em pé de igualdade. Falam, sobretudo, sobre o corpo. E compartilham — conflituosamente — a ideia de que a civilização se estruturou e se estrutura num combate ao corpo, porque o corpo é aquilo que adoece, morre e, também, goza de modo dissonante à estrutura civilizatória. Meu romance mais recente trata disso, de um personagem que, obcecado pela morte, vive como um adicto pelas palavras e, sobretudo, pelo sexo, desde que o sexo seja a geografia do corpo de uma certa Ana.”