Pintando o Sete com Caulos
Escritor e ilustrador fala sobre sua coleção de História da Arte para crianças7 de fevereiro de 2017
À vontade entre tintas, lápis e pincéis, o pintor, ilustrador e cartunista Caulos mergulhou na vida e obra de alguns dos maiores pintores de todos os tempos para levar, com seu próprio traço e suas próprias palavras, um pouco do universo fascinante da arte para os pequenos com a coleção Pintando o Sete. Na entrevista abaixo, ele fala sobre a coleção, cujo sétimo volume, A viagem de Rousseau, acaba de chegar às livrarias, completando o time de gênios apresentados por Caulos nos livros anteriores – Henri Matisse, René Magritte, Piet Mondrian, Georges Seurat, Giotto di Bondone, Vincent van Gogh.
Por que você escolheu esses sete artistas?
O Matisse, que foi o primeiro livro, não escolhi. Começou com a ideia de que, entre todos os pintores, Matisse pinta (desenha) como uma criança, com a liberdade, alegria e todas as cores da infância. Picasso disse que passou a vida tentando desenhar como uma criança, deve ser por isto que admirava muito o Matisse. Quando a Rocco resolveu editar a história, a editora Ana Martins me disse que não queria apenas um, mas sete livros – ela é a autora da coleção e do título Pintando o Sete. Os outros seis escolhi porque gosto deles, e porque têm uma boa história. Em todos os livros eu me preocupei em falar da arte de cada um, e também contar um pouco da história dos artistas.
Quais as características de cada um que mais lhe chamaram a atenção quando resolveu escrever sobre esses sete artistas?
No Magritte, a inteligência; no Seurat, o colorido; no Van Gogh, a originalidade; no Rousseau, a fantasia; no Matisse, como já disse, a liberdade; no Giotto, a capacidade de falar dos anjos, dos santos, do Paraíso, com os pés no chão; e no Mondrian, a síntese e capacidade de colorir muito, com apenas três cores.
E, entre eles, quais são os seus favoritos?
Os que eu mais admiro são Magritte e Mondrian.
Como é escrever e desenhar para crianças sobre história da arte?
Escrever e desenhar para crianças é um sonho. Elas, as crianças, são os leitores mais sinceros que um escritor pode ter – leem e releem o livro sem parar, quando gostam, quando não gostam, não se interessam e ponto final. Os escritores que se cuidem, as crianças não têm preconceito e sabem muito bem o que querem. Falar com elas sobre a história da arte é fácil, a sensibilidade na infância está à flor da pele, na ponta do nariz, na menina dos olhos, no ouvido e no coração e é tudo que a arte verdadeira precisa.