Quebrando um jejum de mais de 11 anos desde Extremamente alto & incrivelmente perto, Jonathan Safran Foer volta ao romance com Here I am. O lançamento nos Estados Unidos será em setembro, mas o livro já é um dos mais (bem) comentados na imprensa norte-americana. E certamente vai figurar nas principais listas de obras do ano, como a prestigiada “100 Notable Books of the Year” do The New York Times, quando dezembro chegar. Here I am sairá no Brasil, pela Rocco, em 2017.

A expectativa em torno do lançamento não é à toa. O autor estreou na literatura aos 28 anos com o celebrado Tudo se ilumina, uma ficção inventiva sobre o Holocausto a partir de sua tentativa de conhecer a trajetória do avô materno, sobrevivente do extermínio nazista. O romance, inicialmente um trabalho acadêmico na Universidade de Princeton, rendeu prêmios e um filme, e projetou o nome do jovem escritor de origem judaica no mercado literário. Logo depois, veio Extremamente alto & incrivelmente perto, que também foi levado às telas, um romance igualmente original e sensível narrado por um garoto de nove anos que perde o pai no atentado de 11 de setembro.

De lá pra cá, Safran Foer publicou contos e artigos em veículos de prestígio nos Estados Unidos e na Europa e um livro de não ficção, Comer animais, uma extensa pesquisa sobre a indústria da carne e uma defesa vigorosa do vegetarianismo, praticado por ele há anos. Mas devia aos leitores e à crítica um novo romance. A espera finalmente está chegando ao fim. Here I am conta a história de uma família judia de classe média alta vivendo em Washington quando um terremoto de grandes proporções atinge Israel, gerando ainda mais instabilidade política e social na região e, com o perdão do trocadilho, “abalando” as convicções de cada um dos personagens e a própria estrutura familiar dos Bloch.

Criativa, melancólica, engraçada, irônica, surpreendente são alguns dos adjetivos comumente aplicados à literatura de Jonathan Safran Foer. A julgar pelas críticas que já começaram a sair na imprensa, Here I am tem um pouco de tudo isso, ao abordar temas como a identidade judaica, relações familiares, solidão, incomunicabilidade e o lugar da fé religiosa no mundo atual. E tudo indica que ele não vai decepcionar os leitores. Agora é esperar para que “ele esteja aqui” logo.