Escrever para repensar o mundo

Patrícia Melo fala sobre Fogo-Fátuo e seus 20 anos de carreira
13 de novembro de 2014


SAO PAULO, 18 DE DEZEMBRO DE 2009, retrato de Patricia Melo em s

“Meus livro me esgotam”, confessa Patrícia Melo. Aos 20 anos de carreira, escrever perdura como uma forma de repensar o mundo, de experimentar — e Patrícia vai fundo. Uma das grades escritoras brasileiras contemporâneas, com obras traduzidas para Inglaterra, Alemanha, França, Grécia, China, entre outros países, Patrícia acaba de lançar Fogo-Fátuo, seu décimo romance e o primeiro declaradamente policial. Como cenário, a pesada rotina do submundo policial de uma “cidade onde os crimes acontecem em escala industrial e as investigações são frustrantes”.  Como primeira detetive, a perita Azucena, chefe do setor de perícias da Central Paulista de Homicídios.

Durante a escrita de Fogo-Fátuo, Patrícia teve outra experiência: passou a desenhar. Do novo hábito, nasceu a aquarela que ilustra a capa deste romance e os ensinamentos à escritora, ser mais paciente, não ter pressa, não ter medo.

Fogo_fatuo_Patricia MeloA capa de Fogo-Fátuo foi desenvolvida pela artista plástica Jacqueline Aronis, a partir de uma aquarela pintada por você. Como foi esse processo? Qual é a sensação de ver uma pintura sua na capa de um livro?
Eu comecei a pintar a partir de uma ideia para a capa do livro. Comecei a fazer esboços, pesquisar papéis, tintas, diferentes materiais, e assim surgiu a capa e uma nova rotina na minha vida. Passei a desenhar todos os dias. Pintar é prazeroso. Gosto de desenhar, estou aprendendo.

Há quanto tempo você vem se dedicando à pintura e que papel ela tem hoje em sua vida?
É recente, comecei a desenhar nos últimos dois anos, quando comecei a escrever Fogo-Fátuo. Meus amigos iam me visitar, gostavam do que viam, isso me motivava.

O que a Patrícia Melo escritora ensinou à pintora, e vice-versa?
A ter paciência. Não ter pressa. Nem medo. A pintora ainda não tem nada para ensinar. Só para aprender.

A perita Azucena é sua primeira detetive. Como se deu a concepção da personagem, desde suas características e personalidade até sua história familiar etc.? Ela é inspirada em alguém real?
Azucena é uma criação minha. Uma figura honesta, que enfrenta toda sorte de dificuldade na sua rotina: falta de material, de infraestrutura, de equipe, de tudo (um mundo arcaico, com patologias novíssimas) e que mesmo assim, faz seu trabalho de forma admirável.  Eu me inspirei em profissionais que conheci durante a pesquisa, gente séria, que esteve na linha de frente de casos importantes do país.

Você costuma realizar pesquisas sobre os assuntos que pretende abordar em seus romances? No caso de Fogo-Fátuo, houve esse tipo de pesquisa?
Escrever é uma forma de repensar o mundo. É mais que uma pesquisa, é uma vivência, uma experiência de algo novo. Vou fundo nestas experiências. Meus livros me esgotam.

É possível esperar novas histórias protagonizadas por Azucena?
Será uma trilogia. Já dou a dica do que vem por aí no final do romance.

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TAGS: entrevista, Fogo-Fátuo, Patrícia Melo, policial,

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