Escrever para repensar o mundo
Patrícia Melo fala sobre Fogo-Fátuo e seus 20 anos de carreira13 de novembro de 2014
“Meus livro me esgotam”, confessa Patrícia Melo. Aos 20 anos de carreira, escrever perdura como uma forma de repensar o mundo, de experimentar — e Patrícia vai fundo. Uma das grades escritoras brasileiras contemporâneas, com obras traduzidas para Inglaterra, Alemanha, França, Grécia, China, entre outros países, Patrícia acaba de lançar Fogo-Fátuo, seu décimo romance e o primeiro declaradamente policial. Como cenário, a pesada rotina do submundo policial de uma “cidade onde os crimes acontecem em escala industrial e as investigações são frustrantes”. Como primeira detetive, a perita Azucena, chefe do setor de perícias da Central Paulista de Homicídios.
Durante a escrita de Fogo-Fátuo, Patrícia teve outra experiência: passou a desenhar. Do novo hábito, nasceu a aquarela que ilustra a capa deste romance e os ensinamentos à escritora, ser mais paciente, não ter pressa, não ter medo.
A capa de Fogo-Fátuo foi desenvolvida pela artista plástica Jacqueline Aronis, a partir de uma aquarela pintada por você. Como foi esse processo? Qual é a sensação de ver uma pintura sua na capa de um livro?
Eu comecei a pintar a partir de uma ideia para a capa do livro. Comecei a fazer esboços, pesquisar papéis, tintas, diferentes materiais, e assim surgiu a capa e uma nova rotina na minha vida. Passei a desenhar todos os dias. Pintar é prazeroso. Gosto de desenhar, estou aprendendo.
Há quanto tempo você vem se dedicando à pintura e que papel ela tem hoje em sua vida?
É recente, comecei a desenhar nos últimos dois anos, quando comecei a escrever Fogo-Fátuo. Meus amigos iam me visitar, gostavam do que viam, isso me motivava.
O que a Patrícia Melo escritora ensinou à pintora, e vice-versa?
A ter paciência. Não ter pressa. Nem medo. A pintora ainda não tem nada para ensinar. Só para aprender.
A perita Azucena é sua primeira detetive. Como se deu a concepção da personagem, desde suas características e personalidade até sua história familiar etc.? Ela é inspirada em alguém real?
Azucena é uma criação minha. Uma figura honesta, que enfrenta toda sorte de dificuldade na sua rotina: falta de material, de infraestrutura, de equipe, de tudo (um mundo arcaico, com patologias novíssimas) e que mesmo assim, faz seu trabalho de forma admirável. Eu me inspirei em profissionais que conheci durante a pesquisa, gente séria, que esteve na linha de frente de casos importantes do país.
Você costuma realizar pesquisas sobre os assuntos que pretende abordar em seus romances? No caso de Fogo-Fátuo, houve esse tipo de pesquisa?
Escrever é uma forma de repensar o mundo. É mais que uma pesquisa, é uma vivência, uma experiência de algo novo. Vou fundo nestas experiências. Meus livros me esgotam.
É possível esperar novas histórias protagonizadas por Azucena?
Será uma trilogia. Já dou a dica do que vem por aí no final do romance.
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☛ Patrícia Melo apresenta Fogo-Fátuo
☛ Leia um trecho de seu novo romance
Olá bom dia Fogo Fatuo
será um grande romance eu vou comprar
pois eu amo os livros dessa grande escritora
Só li um livro de Patricia Mello cujo titulo é Inferno e adorei este livro que fala de um garoto de um dos morros do Rio De Janeiro,que acaba virando chefe no morro.É uma linda historia,então acho que vou comprar este livro